quarta-feira, junho 08, 2011

Justiça capixaba retoma julgamento de acusados de matar Anastácio Cassaro

Caso Cassaro

Justiça capixaba retoma julgamento de acusados de matar Anastácio Cassaro

O prefeito foi morto, na noite do dia três de abril de 1986, com dois tiros de revólver, disparados pelas costas e na cabeça
Por Dóris Fernandes (dfernandes@eshoje.com.br).

O julgamento dos acusados de terem tramado a morte de Anastácio Cassaro, ex-prefeito de São Gabriel da Palha, há 25 anos, foi retomado nesta terça-feira (07) pela Justiça capixaba. A audiência acontece no Fórum Criminal de Vitória, na Cidade Alta, e decidirá o futuro de quatro pessoas: Edvaldo Lopes de Vargas, Fernando de Martins, Luiz Carlos Darós e Jorge Antônio Costa. Segundo a familia da vítima, eles confessaram participação no crime.
Os trabalhos foram iniciados por volta das 9:30horas e não tem hora para terminar. A expectativa da família é que o julgamento dure de três a quatro dias. "Eu não tenho dúvida que os quatro réus serão condenados porque contra fatos não há argumentos. Eles são réus confessos. Eles confessaram toda a trama que fizeram para matar meu pai", disse Sandra Cassaro, filha do ex-prefeito.
Nesse primeiro dia de julgamento lideranças de movimentos sociais de várias partes do Brasil estiveram presentes para apoiar a família de Sandra, como o Movimento Pela Vida (Movida) de Belém, Pará. "O nosso luto tem que ser transformado em luta para sensibilizar os nossos governantes para que se faça com urgência uma modificação, eficaz e não superficial, no Código de Processo Penal", disse Andrelina Pereira, tesoureira do Movida.
A senhora Janete de Carvalho Nakashima,  mãe de Mércia Nakashima - morta no dia 23 de maio do ano passado -, está em Vitória desde a segunda-feira (06) para acompanhar o julgamento. Segundo ela, as famílias precisam se unir e lutar pela justiça para que a ipunidade e criminalidade sejam vencidas.
No lado de fora, em frente a escadaria que dá acesso as dependências do Fórum, cartazes, cruzes e velas como forma de protesto, simbolizavam o sofrimento de centenas de famílias vítimas da violência. O cabelereiro Ronaldo Andrade, 38, perdeu a esposa e dois filhos num acidente de trânsito há três anos.
"Um motorista saiu de uma boate, já com sinais de embriaguez, e atingiu de frente o meu carro. Meus dois filhos e minha esposa não resistiram o impacto da colisão e morreram", desabafou emocionado. E acrescentou: "Nós temos que apoiar todo o tipo de movimento contra o crime, seja qual for, para que essa lei mude. É só assim que ela (lei) passará a nos apoiar também".
Um já foi condenado
O julgamento do Caso Cassaro teve início dia 29 de março terminou no dia 1 de abril com a condenação de Carlos Smith Frota, cuja pena foi 15 anos de reclusão em regime fechado. No entanto ele recorreu e espera em liberdade o processo sejulgado. Frota foi condenado em alguns quesitos como impossibilidade de reação e desefa da vítima e crime cometido por vigança.
O prefeito foi morto, na noite do dia três de abril de 1986, com dois tiros de revólver, disparados pelas costas e na cabeça. Ele se encontrava dentro de um carro, quando saía em companhia de seu filho, o ex-deputado estadual Arildo Cassaro e seu sobrinho, Evaldo de Castro, quando foi emboscado, no bairro Goiabeiras, localizado na Região da Grande Vitória.
O assassino fugiu em Chevette branco, sem placa, acompanhado de um comparsa. Em abril de 1986, dia da execução, Cassaro estava na Capital capixaba para finalizar detalhes da organização da Festa do Café, em São Gabriel da Palha, preparando a visita do Presidente da República,  atual senador José Sarney. Naquela noite, o prefeito passara na casa do seu filho, como era de seu costume, para seguir sua viagem. Como conseqüência da visita, Anastácio Cassaro foi executado com dois tiros à queima roupa. Seu sobrinho foi baleado com dois tiros - um em cada perna.
No processo, figurava como mandante o vice-prefeito Firmino de Martins. No entanto, teve decretada a extinção da punibilidade pelo crime na Justiça. A decisão do juiz Marcelo Soares Cunha levou em conta a prescrição do delito em função de Firmino ter completado mais de 70 anos. A extinção da punibilidade do então vice-prefeito foi mais um capítulo da morosidade da Justiça.
Fonte: ESHoje

Um comentário:

  1. Temos certeza que a Justiça será feita, ainda que tardia e que agora a Família Cassaro poderá ter um pouco de paz.
    O Firmino de Martins, apesar de não estar sentado no banco dos Réus, (por ter mais de 70 anos) como deveria, será julgado por tabela e carregará para o túmulo a alcunha de Assassino.

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