quinta-feira, junho 09, 2011

Acusado nega até depoimento prestado anteriormente

Acusado nega até depoimento prestado anteriormente

Lívia Francez

O julgamento dos réus no caso do assassinato do ex-prefeito de São Gabriel da Palha, no noroeste do Estado, Anastácio Cassaro entrou no terceiro dia nesta quinta-feira (9). A manhã desta quinta foi marcada pelo depoimento do acusado de ser um dos mandantes do assassinato, o médico Edvaldo Lopes de Vargas, pai do deputado estadual Henrique Vargas (PRP).

A filha do ex-prefeito, Sandra Cassaro, que estava presente no julgamento contou que Edvaldo não confirmou nenhuma das acusações, negando, inclusive, depoimentos dados anteriormente.

Ainda faltam ser ouvidos o outro acusado de ser mandante do assassinato, Fernando de Martins, filho do vice-prefeito da época e ous acusados de intermediar o crime, Luiz Carlos Darós, conhecido como Rosquete; e Jorge Antônio da Costa, ex-subdelegado. O julgamento deve continuar ainda nesta sexta-feira (10). 

O advogado da família de Cassaro, Clóvis José Testa, conta que, devido ao conjunto probatório contundente que a acusação tem contra os réus, eles devem ser condenados. Na manhã da última terça-feira (7) foram ouvidas as testemunhas de acusação, mas os depoimentos não foram tão longos quanto os do julgamento ocorrido em março deste ano que acabou por condenar um dos intermediários do crime, Carlos Smith Frota, a 15 anos de prisão.

A convicção da família em relação à condenação dos réus, no entanto, esbarra na lentidão na Justiça, como declara o advogado, já que, mesmo condenados, os acusados ainda podem recorrer a instâncias superiores até que o processo transite em julgado, aumentando, assim, a sensação de impunidade. Isso tem acontecido com Carlos Smith, que recorreu e deixou o Tribunal do Júri na mesma porta usada pela família do ex-prefeito.

O primeiro julgamento, realizado entre os dias 29 e 31 de março deste ano, condenou Carlos Smith Frota a 15 anos de prisão pela intemediação do assassinato do ex-prefeito, ocorrido em 3 de abril de 1986. No entanto, o júri foi postergado por uma manobra do advogado do médico Edvaldo Vargas, que deixou de comparecer ao Tribunal do Júri apresentando atestado médico que dava conta de que um dos advogados de defesa havia sido submetido a um procedimento cirúrgico às vésperas do julgamento.

A manobra da defesa do médico fez com que o juiz Marcelo Soares Cunha deferisse o adiamento dos outros três acusados do crime. O magistrado também criticou a atitude do advogado de defesa, avaliando a apresentação do atestado como manobra protelatória da defesa, já que todos os réus haviam sido citados em fevereiro. Para evitar novos adiamentos, o juiz designou o defensor público Rafael Almeida de Souza para responder pela defesa, caso ocorresse uma nova ausência.

2 comentários: